quinta-feira, outubro 20, 2005

Fim


[Fotografia de Filomena Parreira]

No fundo, um escritor é um bocado um ladrão, um gatuno de sentimentos, de emoções, de rostos, de citações. Um livro é sempre feito de pequenos roubos com a vantagem de não sermos condenados.
(Mandamento de deus)



Obrigado. Até um dia.

Nuno Catarino
Paulo Ferreira

16 Comments:

At 10:57 da tarde, Blogger Alexandra said...

FIM??? WHY???

 
At 11:27 da tarde, Blogger colher de chá said...

Das palavras que já me deram mais gosto saborear... das horas que já mais me prazer proporcionaram... fica um gostinho amargo de quem quer mais.
Obrigada pelas emoçôes roubadas, pelos sentimentos emprestados.
Até um dia.
Boas palavras para sempre :) Aos dois.

 
At 4:56 da tarde, Blogger laura said...

beijos. até sempre.

 
At 5:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Neste momento recordo Pessoa no seu "O poeta é um fingidor...", mas especialmente, José Cardoso Pires quando na sua crua frontalidade afirmava que o escritor é um corruptor... porque depois de toda essa amálgama de sentimentos, fingimentos, imaginações, empatias, observações à socapa e "pequenos roubos" de espantos e terrores... um escritor... como vocês os dois... corrompe finalmente... indelévelmente... o leitor desprevenido... que apenas quando chega ao "Fim" se apercebe... que já não é mesmo... por isso... nomes para quê?... se perante uma folha em branco somos todos iguais... e depois de vos lermos...todos somos diferentes...

Até sempre, claro.

 
At 6:25 da tarde, Blogger polegar said...

tnho pena.
um beijo

 
At 6:41 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ficou tarde, amáveis leitores. Ajoelho-me perante vós, agradecido e obediente. Paulo.

 
At 9:02 da tarde, Blogger Patrícia Evans said...

é com tristeza que deixo esta mensagem...este último comentário...há muito que me habituara a visitar este espaço e a sentir com os vossos escritos coisas relembradas e vivenciadas...obrigada pela partilha...
até logo amigos!!!

 
At 12:26 da tarde, Blogger Pedro said...

Paulo desde as "Cartas" que te tenho lido...é com pena que vejo este acabar também. Para quando o próximo?

Abraço

 
At 7:34 da tarde, Blogger pi said...

até amanhã.

 
At 12:45 da tarde, Anonymous Anónimo said...

e eu que gostava tanto de vir descansar por aqui...!!!
Até um dia então!!!

 
At 3:50 da tarde, Blogger luis mendes said...

E depois do adeus... o ficarmos sós...

 
At 7:47 da tarde, Blogger Silvia Chueire said...

é cedo ainda...

 
At 11:54 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Para existir prazer o fim é essencial, senão passava a ser vicio, rotina, e quando assim é não se saboreia devidamente. Aproveitem mas é todos os momentos e não se distraiam com "fins", foi apenas mais um bom sabor.

 
At 8:17 da tarde, Blogger JFC said...

fim??? pq??? :-(

 
At 2:25 da tarde, Blogger M. said...

Será por isso que o autor se fica pela capa?

 
At 1:06 da tarde, Blogger M. said...

Logo agora que eu cheguei?

Sobre o tema, a minha opinião:

Para mim, todo o escritor (todos nós) é muito menos do que aquilo que escreve...Quanto muito escreve o que pensa que é (vã veleidade...), amiúde o que gostaria de ser, frequentemente o que pensa que os outros gostariam de ler (presunção encapotada de altruísmo artístico...)...Nunca o que é ...Se fosse para escrever o que é... então bastaria um retrato...Mas quem o quer ver? (boring) Pois é...

Sendo assim a escrita não passará de uma fuga? Um refugio? Um pontapé?
De quem? Pra onde? A quem?
E aqui entronca outra palavra: covardia.

Não será a escrita um mesquinho acto de covardia? Um acto de quem deseja ser mas não ousa? Uma projecção difusa e opaca do Eu? Ou então um não-Eu? Ou ainda: um Eu que não é mEu?
Porque será que o escritor nunca penetra no livro e se instala (comodamente) e se exibe (sem pudor) na capa do livro? Tem medo de entrar? Claro que sim!!! Quem não tem medo do desconhecido?!!

E assim chegamos ao umbigo...(qualquer escritor tem umbigo e toda a gente tem umbigo...por isso digo que todos nós somos escritores...).. Pergunta primordial: o escritor escreve para quem? (o para quê é irrelevante!). Ele que sofre, transpira e inspira...em nome de quem? Quem lhe solicitou a escrita?

(óbvio que o escritor dirá que o livro não lhe pertence...que as personagens é que lhe indicaram o caminho e mais clichés do género...enfim...blablabla do ego...)

A escrita tem sempre origem mas nunca tem destino...Dito assim a escrita até parece uma coisa tonta...Aí esta: parecer...que não para ser...

Conclui-se que o escritor, para ser escritor tem que parecer...Nunca pode ser...

 

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